O PERFUME E A ARTE DE SE PERFUMAR

O perfume só em si não é nada, se aplicado de forma incorrecta

A arte de se perfumar consiste em vestir-se com uma muito subtil “segunda natureza”, capaz de atrair e seduzir os outros; de estabelecer uma subtil e intima comunicação sem necessidade de gestos e palavras.

Para conseguir este propósito é importante que o perfume, a personalidade, o aspecto da pessoa perfumada e ainda o meio ambiente em que se move, se traduzam em plena harmonia.

Já para escolher um perfume convém conhecer, em primeiro lugar, o significado das concentrações. Contrariamente ao que se tem dito, o extracto (perfume), e a água-de-colónia (eu de toilette) não são de todo elaborados da mesma forma, e não é só a sua concentração de álcool que varia; trata-se bem mais de uma disposição diferente de toda uma pirâmide olfactiva.

No perfume, ou “espirit de perfum”, é muito similar ao extracto. É intenso no inicio mas permanece menos tempo que o extracto. Já a água-de-colónia é menos concentrada em essências. É radicalmente contrária ao extracto. É uma solução fresca e muito discreta, que vai desaparecendo lentamente de acordo com o seu uso.

As civilizações da antiguidade, como os sírios, os gregos e até mesmo os romanos, costumavam untar o corpo com azeites e óleos perfumados, mas com o decorrer dos tempos o perfume passou para zonas mais específicas.

A arte de se perfumar

Perfumar-se é uma arte, e para estar segura da fragrância que deseja exalar, é importante aprender para se notar a sua presença sem excessos de odores incomodativos.

Os indivíduos da sociedade contemporânea, em particular as mulheres, perfumam-se através do denominado “triângulo olfactivo”, cujos vértices são os ombros e o nariz. Por essa zona, a aplicação do perfume realiza-se na nuca e por trás das orelhas (ou simplesmente nos seus lóbulos). Também se aplica, por vezes, atrás dos tornozelos, joelhos, axilas e, em algumas ocasiões, no canal do peito e ainda no cabelo.

 


Perfumar-se é uma arte

É muito importante não esquecer que os perfumes não têm o mesmo cheiro quando aplicados em duas pessoas distintas, uma vez que o odor da pele modifica as suas fragrâncias. Entre os agentes da pele que actuam alterando o aroma de um perfume figuram a acidez, cujo grau se determina pelo seu potencial de hidrogénio (o ph), a maior ou menor quantidade de gordura, a suavidade ou rugosidade, a temperatura, etc. Aliás, o cheiro da pele que depende em grande parte da alimentação e da ingestão de álcool e medicamentos (o que perturba o carácter original do perfume), muda numa mesma pessoa de acordo com as horas do dia.

O que se deve fazer para testar um perfume

– Começar por cheirar o perfume numa tira de papel.

– Prove diferentes concentrações do mesmo perfume começando pela água-de-colónia, passando pelo perfume e, se possível, chegar ao extracto. Ao aumentar gradualmente de densidade, o nariz acaba por se habituar ao odor e descobre naturalmente as delícias do perfume na sua concentração mais elevada

– Peça amostras para experimentar em casa.

– Se está indecisa sobre a escolha, regresse do dia seguinte de manhã, sem colocar qualquer aroma no corpo, com a pele lavada. Nestas condições o olfacto está mais apurado e sensível.

Para testar um perfume…

O que se não deve fazer para testar um perfume

– Não testar indiscriminadamente as ultimas marcas que saíram no mercado. O perfume é algo íntimo e pessoal, pelo que precisa de ser compreendido e desejado.

– Nunca aplicar o perfume sobre a roupa ou panos sintéticos, uma vez que não só mancham os tecidos como neutralizam as fragrâncias.

– Não cheirar mais de cinco perfumes seguidos. Satura-se o olfacto e confundem-se os odores. O ideal são 3.

– Não cheirar o perfume encostando o nariz ao frasco, pois a única coisa que inalará será o álcool do mesmo.

– Não aplicar o perfume no dorso da mão por aplicação directa, uma vez que altera consideravelmente o cheiro.